A película escura aplicada no vidro protege contra raios UV?
Boa parte das pessoas instala películas escuras nos vidros do carro por motivo de segurança –a intenção é ficar menos exposto dentro do veículo e diminuir o risco de ser assaltado no trânsito.
Mas essa não é a única finalidade do filme, um tipo de laminado de poliéster que é colado nas janelas. Muita gente que tem preguiça de usar filtro solar no dia a dia (não seja assim, é errado!) acaba usando a película como desculpa para não passar protetor antes de dirigir. Mas será que ela inibe os raios UV?
O filme do carro protege a pele dos raios solares?
Sim, quando o produto oferece essa função, ele garante proteção semelhante a dos filtros solares físicos aplicados na pele: rebate a radiação, impedindo que atravesse o vidro e atinja motorista e passageiros.
Vale saber que a capacidade de proteção solar dessas películas não tem a ver com sua cor ou nível de transparência –há versões totalmente translúcidas que apresentam alta proteção. E que há requisitos de segurança estabelecidos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) no que diz respeito à aplicação delas. Elas devem garantir 75% de transparência (e, portanto, visibilidade) no vidro dianteiro (para-brisa), 70% nos laterais dianteiros e 28% nos traseiros. Não obedecer esses limites prevê aplicação de multa.
A proteção é 100%?
Não. O máximo de proteção vendida pelos fabricantes de películas automotivas é de 99% da radiação ultravioleta (UV), já que se sabe que é impossível barrá-la completamente. Os raios UVA e UVB atravessam as nuvens, o vidro do carro e penetram nas camadas mais profundas da pele, desencadeando sinais de envelhecimento (como manchas, rugas e flacidez), queimaduras solares e câncer.
Diversos trabalhos científicos já comprovaram que há maior incidência de danos solares (sardas, manchas e rugas) e lesões cancerosas em partes do lado esquerdo do corpo, principalmente rosto e braços, do que do direito –o que os pesquisadores associam ao hábito de dirigir, que deixa mais exposta essa metade.
Uma revisão de estudos publicada no periódico da Academia Americana de Dermatologia detectou que a maioria (53%) dos casos de câncer de pele analisados se deu do lado esquerdo, sendo que o tipo mais maligno de todos, o melanoma, apareceu 74% das vezes nessa porção do corpo.
O laminado nos vidros garante, ainda, bloqueio de até 79% da radiação infravermelha (IV), que é percebida como calor e também envelhece a pele, além de ter relação com a piora de afecções cutâneas como melasma e rosácea. De quebra, ajuda a preservar estofamento e painel do carro que fica longos períodos exposto ao sol e, como contribui para manter mais amena a temperatura no interior do automóvel apesar do calor do lado de fora, poupa o uso do ar-condicionado e ajuda a reduzir o consumo de combustível.
De qualquer maneira, é fundamental procurar marca e loja de confiança, que ateste a qualidade e a garantia do produto. Antes da instalação, vale pedir para ver a marca de originalidade que vem na película. Caso contrário, você corre risco semelhante ao de usar óculos de sol com lentes sem proteção solar.
Mas posso dispensar o filtro solar dentro do carro?
Mesmo com alto bloqueio UV e IV, o ideal é usar um protetor tópico mesmo dentro do veículo. Primeiro, porque uma hora você vai sair dele e é bom já estar protegido. Além disso, as películas não barram a chamada luz visível, emitida pelo sol (além de lâmpadas comuns e telas de computador, celular e televisão) e que também sensibiliza a pele.
A má notícia é que nem todos os protetores disponíveis no mercado oferecem proteção contra essa luminosidade, que necessita de uma barreira física para não afetar a pele. Nesse caso, o ideal é escolher um filtro com óxido de zinco e dióxido de titânio na fórmula, ingredientes que se depositam na superfície cutânea e refletem a luz. Se tiver cor de base, melhor ainda. Já os filtros químicos, que são a maioria, absorvem a radiação e a transformam em calor, impedindo que penetre na pele.
Fonte: Uol
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